quinta-feira, 5 de julho de 2012

lança-se, chama.

dragão siamês,escolhe
a tua faísca
a tua fábula
onde irá mirar o seu fogo
agora?
lambuza de CO² o seu redor
os ratos sairão de seus esconderijos
com nenhuma desconfiança:
- és tu, fogaréu, certeiro.
As duas cabeçorras entreolham-se
a fim de perceber para onde pensa
a outra face carbonizar.
o herói é muito jovem
a ponte lhe serviria
a princesa está na torre
a torre é de pedra
o vilão por último
a mata...refresca.
descobrir-se em muitos caminhos
faz esse dragão de uma, duas,
cuspir em sua outra-própria-metade
careta.
é preciso chamuscarem-se
as ventas, as vistas, todo, tudo
e sentir o dolorido do fogo.
assar as máscaras, para, após,
reconstruí-las com água e
jornal, talvez.
descobrir, repletas de cinzas
que são poucas ainda,
que são menos que qualquer quinto
da imensidão que vos habita.
e, mais tarde, após incansáveis
incêndios em si mesmas,
darem-se conta que nem a manifestação
de um dragão coberto com 10x10
cabeças, iria simplificar suas questões.
é preciso chasmucar as próprias ventas
e ser a própria chama, o fogo-raio.