sábado, 18 de abril de 2009

° O que há de admirável no fantástico é que não existe mais o fantástico: só há o real.


do Surrealismo.

Automatismo psíquico pelo qual alguém se propõe a exprimir seja verbalmente, seja por escrito, seja de qualquer outra maneira, o funcionamento real do pensamento. Ditado do pensamento, na ausência de todo controle exercido pela razão, fora de qualquer preocupação estética ou moral.

° Reduzir a imaginação à escravidão, mesmo que se tratasse do que grosseiramente se chama de bondade, será privar-se de tudo aquilo que se encontra no âmago de si mesmo, de justiça suprema.

° Os processos lógicos, de nossos dias, só se aplicam à resolução de problemas de interesse secundário. O racionalismo absoluto que continua na moda só permite considerar fatos de pequena relevância de nossa experiência. Os fins lógicos, ao contrário, nos escapam. Sob as cores da civilização, a pretexto de progresso, chegou-se a banir do espírito tudo aquilo que, com ou sem razão, pode-se classificar de superstição, de quimera.

[ Eu quisera dormir, para poder me entregar aos que dormem, como me entrego aos que me lêem, com os olhos abertos; para deixar de fazer prevalecer nesta matéria o ritmo consciente de meu pensamento.]


(BRETON, André. Manifesto do Surrealismo 1924)

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